segunda-feira, 28 de maio de 2012

Sergio Luiz Cardoso de Faria - Tabagismo e Cirurgia Plástica


Tabagismo é risco para cirurgia plástica
Sergio Luiz Cardoso de Faria

Nos Estados Unidos, cirurgiões estão deixando de operar pacientes que fumam mais de um maço por dia.

Sergio Luiz Cardoso de Faria - foto combate ao fumo
Sergio Luiz Cardoso de Faria
A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 5 milhões de pessoas morrem anualmente de doenças relacionadas ao cigarro - só no Brasil, são 80 mil mortes anuais. 

Os 56 milhões de fumantes brasileiros têm 20 vezes mais chance de desenvolver câncer de pulmão do que uma pessoa que não fuma. 

E em num mundo voltado para a beleza como o nosso, a primeira vítima do tabagismo é a aparência do fumante. A grande vilã da história é a nicotina - um líquido tóxico existente nas folhas do tabaco e que já era utilizado em 1690, na França, como inseticida. "Além de causar a dependência, a substância tem efeito vasoconstritor na microcirculação sanguínea. Ou seja, reduz o diâmetro dos pequenos vasos, dificultando o aporte de oxigênio e de nutrientes que as células recebem por meio do sangue. Como consequência, a pele perde o viço e começa a envelhecer precocemente", 

No Brasil, o cigarro ainda é responsável por 97% das mortes por câncer de laringe, 25% por doença do coração, 85% por bronquite e enfisema pulmonar e 25% por derrame. Além disso, são sete vezes maiores as probabilidades de se ter úlcera e câncer de estômago. 

A vasoconstrição causada pela nicotina compromete o processo de cicatrização após as cirurgias. Durante uma cirurgia que envolve o descolamento do tecido cutâneo, há uma natural diminuição da vascularização. Ou seja, a associação desses dois fatores: cigarro + cirurgia potencializa os efeitos negativos sobre a pele. Por essa razão, cirurgiões plásticos americanos estão deixando de operar pacientes que fumem mais de um maço de cigarros por dia. Além do risco de necrose e gangrena, há possibilidade de abertura da sutura e de a pele voltar a enrugar em razão da menor sustentação dos tecidos.

Sergio Luiz Cardoso de Faria combater ao fundo.
Sergio Luiz Cardoso de Faria - fumo
Devido ao seu efeito vasoconstritor, o cigarro reduz a oxigenação do fluxo sanguíneo e retarda o processo de recuperação no pós-operatório. Além disto, compromete o sistema respiratório, deixando o paciente mais suscetível a infecções, problemas de cicatrização, necrose e intercorrências referentes à anestesia, trombose e embolias.

Sem dúvida, ninguém desconhece a influência do fumo no câncer de pulmão, em outros tipos de câncer e nas enfermidades cardíacas. "Entretanto, a maioria das pessoas não sabe que existe uma relação causal entre o tabagismo e as complicações pós-cirúrgicas. 

Há, de fato, a necessidade de muita educação e divulgação para que as pessoas realmente sejam melhor informadas sobre este fator de risco, que é modificável, por isso mesmo é tão importante!

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